sábado, 26 de abril de 2008

Teixeirinha...


No dia da Liberdade, foi a sepultar um dos mais notáveis lutadores anti-fascistas da Covilhã.
Augusto Lopes Teixeira foi o primeiro Presidente da Câmara da Covilhã democraticamente eleito. No seu exercício deixou marcas na Covilhã, tendo dado os primeiros passos no desenvolvimento do poder local democrático deste concelho. A implementação e desenvolvimento de redes de saneamento, electricidade e transportes foram marcos dos seus oito anos à frente dos destinos da Câmara Municipal da Covilhã.


A Assembleia Municipal de 24 de Abril prestou-lhe um voto de pesar, e os concertos comemorativos do 25 de Abril foram suspensos.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

O dia



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Uma vénia a todos os que permitiram uma sociedade livre e democrática.

Grândola Vila Morena

34 Anos depois.... impressionante

25 de Abril Sempre!!

Hoje é um dia especial.
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Hoje comemora-se um facto que para muitos de nós é vulgo e banal: a democracia. O sistema político que nos fez evoluir para uma sociedade moderna e participativa teve a sua origem numa revolução, que eu classificaria, como sendo a mais romântica e bonita que pode haver na história universal.
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Foi a revolução em que os cravos substituiram as balas. Graças a este momento da nossa história, sabemos que hoje quando escrevemos neste blogue ou lemos um artigo de um jornal não há uma mão da censura que "filtra" aquilo que lemos.
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Vivemos numa época em que os jovens sabem que podem encarar o seu futuro de uma forma participativa na sociedade, ajudando o todo nacional num caminho de desenvolvimento. Em 1974 um jovem da minha idade, e finalista, sabia que em vez do estágio profissional estava uma campanha em África, e para quem pudesse, o exilamento político.
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Sou de uma geração que nasceu depois do 25 de Abril de 1974. Este facto faz com que no geral, a minha geração entenda de uma forma banal as modificações introduzidas na nossa sociedade por esta efeméride. Afinal, sociedades do Estado Novo já só existem em países que nos estão tão longe que nem temos consciência que já tivemos esta experiência em Portugal. A consciencialização desta data deve passar por um lado por relembrar o totalitarismo e opressão próprios do Estado Novo, mas também através do exercício diário dos valores de Abril junto dos nossos amigos, familiares, e conhecidos, ou seja, exercer o pleno direito democrático com respeito por quem difere de nós na sua opinião.
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Hoje, estive a comemorar Abril. Para além da habitual Grândola, a JS distribuiu cravos em diversos pontos do distrito de Castelo Branco. O feedback foi extremamente positivo da maior parte das forças partidárias, o que vem demonstrar que as tentativas de saneamento histórico desta data, são acima de tudo intenções às quais temos de estar alerta.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

O Dilema do Emprego

Temos sido confrontados com o encerramento de multinacionais pelo país fora. A cada encerramento surgem os números alarmantes: centenas de despedimentos, milhares de pessoas indirectamente afectadas, problema sociais drásticos nas zonas afectadas e famílias destroçadas. Para um residente da Covilhã, este panorama não é muito estranho. A única diferença mesmo, é que as centenas de unidades fabris da cidade serrana eram de capitais da região e portanto o seu encerramento não sofreu do mal das deslocalizações que motivam os encerramentos da actualidade.
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No entanto, todos estes encerramentos têm algo em comum: a aposta no baixo custo da mão-de-obra e nas reduzidas qualificações. A aposta em grandes investimentos que alavanquem o desenvolvimento deve ser primordialmente feito com base em mão-de-obra qualificada que só por si permitirá criar clusters que respondam aos desafios do mercado tecnológico global e de uma economia predominantemente instável. Entre uma multinacional que crie 400 postos de trabalho com mão-de-obra intensiva sem qualificação, e uma unidade tecnológica que permita criar 100 postos de trabalho qualificados, prefiro sem dúvida a segunda. Infelizmente, a segunda opção só demonstrará ser mais válida a médio prazo, enquanto que a primeira criará num curto prazo um maior impacto e maiores benefícios eleitorais. São estes os dilemas do emprego que os políticos no geral, e os autarcas em concreto deverão ponderar.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Teoria da Coerência

Axiomática:

Facto Nº 1: No primeiro dia deste mês realizou-se em Lisboa, organizada pelo PCP a Marcha pela Liberdade e Democracia, que segundo os organizadores juntou mais de 50 mil pessoas no Rossio. Serviu a referida manif para realçar o facto de “o regime democrático tem sido alvo de um violento ataque em todas as suas componentes - económica, política, social e cultural - caracterizado por um profundo, persistente e sistemático afrontamento aos direitos e liberdades democráticas.” (Retirado do site do PCP)

Facto Nº 2: O Tibete está a ser palco de manifestações intensas nas duas últimas semanas reprimidas violentamente pela força militar ocupante – a China – tendo já causado segundo o governo do Tibete no exílio mais de 100 mortes.

Facto Nº 3: Os chineses têm os olhos em bico.

Desenvolvimento:

É assim que o PCP faz política em Portugal, dizem-se umas verdades, misturam-se com muitas mentiras e repetem-se estas até à exaustão de modo que o subconsciente as reconheça e as confunda com a verdade. Sob o pretexto de uma acção tomada pelo tribunal constitucional de verificar o cumprimento da lei dos partidos políticos, excluindo os que tivessem menos de 5000 militantes, lá veio o PCP fazer mais uma manif em que se auto proclamam defensores exclusivos da democracia e da liberdade, e aproveitam para atacar o governo. Por sinal o governo é do PS uns anti-democráticos danados onde obrigam os militantes a voto secreto e que segundo a teoria da conspiração made in PC, orquestraram o 25 de Novembro, para vencer o PC e garantirem a vitória da democracia pluripartidária (haverá outra?) em Portugal. Talvez esta parte do pós 25 de Abril não convenha ao PCP, ou esteja esquecida, porque nem os próprios podem acreditar na história que engendraram. Mais não seria de esperar no partido livre e democrático das renovadas purgas dos renovadores.


Será que os acontecimentos recentes no Tibete e a imposição de um regime por uma força ocupante seriam argumentos para uma manif sobre liberdades e democracia? Talvez não para o PCP, diferente de PCC, embora pouco. Neste caso o PCP entende que não há grandes razões para alarme e que no Tibete é que se vive num verdadeiro regime democrático e livre – não se ouve uma crítica dura aos acontecimentos recentes naquele país como seria de esperar de tão grandes defensores das liberdades e democracia. Neste caso, admito que as mais de 100 mortes não se comparam ao mais que trágico acontecimento da contagem dos militantes, mas ainda assim 100 mortes ainda será algo de relevante, já que mais não seja porque revela uma eficácia superior à da guerra do Iraque que produz menos mortos por dia. Será que o PCP não vê realmente o que se passa no Tibete?

Anatomicamente falando os chineses têm efectivamente os olhos rasgadotes.


Teoria:

Os comunistas portugueses não vêem porque têm os olhos em bico.

Corolário:

O PCP organizou a Marcha pela Liberdade e Democracia, mas na marcha da coerência não podem certamente participar.

A Alma e a Cidade


Recebemos um contributo por parte do Hélder Morais sobre o campo das festas. O tema em si é extremamente pertinente. É sabido que o Campo das Festas na situação actual representa uma ocupação "estática" de um espaço público, mas daí até se propôr a vinda de outra catedral do consumo julgo que ainda vai uma grande distância. Não podemos enveredar pelo mesmo erro de outros, cuja consequência tem levado a que se construam centros comerciais com lojas que pouco tempo depois se encontram a trespasse, condenando simultaneamente o comércio tradicional.

Aqui vai o artigo do Hélder Morais:


A ALMA DA CIDADE

Uma cidade não é apenas os edifícios, as estradas e as estruturas físicas, existe na cidade uma ideia de sentimento de pertença, uma afectividade que só a vivência civilizacional pode aculturar nos seus habitantes. O conceito de cidade contém em si, um conjunto de factores sociais, psicológicos, memória e identidade. Uma cidade é portanto, o produto da sua evolução histórica, e das vivências dos cidadãos que ao longo do tempo a moldaram e a transformaram.
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A cidade será sempre uma forma de identidade e proximidade entre o espaço e o homem, entre a realidade física e a cultura que nele opera. Cada cidade tem símbolos próprios e significantes sem os quais a ideia de cidade como vivência cultural deixa de ser uma realidade. Transformamos a cidade num mero espaço geográfico de passagem ou de localização mas que não leva a um sentimento de propriedade. Um sentimento de pertença só se obtêm pela ideia de identificação com esses símbolos, que marcam a consciência do cidadão que os construiu e viveu. A identidade da cidade, está na diversidade, dos seus espaços que a individualizam face a outras cidades. Por isso os espaços históricos da urbe são irrepetíveis e únicos. A alteração do espaço físico deve sempre preservar esses locais símbolos de pertença e identidade, pois são eles a alma da cidade, a marca distintiva da sua unicidade.

A notícia da transformação do Campo das Festas em Centro Comercial, não pode de modo algum deixar de ser contrariado por todos aqueles que querem preservar a Covilhã como local de pertença e identidade. Para a Câmara Municipal da Covilhã a ideia de cidade é apenas a de espaço físico e geográfico que pode moldar sem perspectivar a função original de cada local. A decisão de uma administração autárquica circunstancial, não pode modificar e destruir a imagem colectiva dos espaços, em função de interesses eleitorais. Não pode sem critério e respeito pelos valores comuns destruir um símbolo intemporal da nossa terra. O Campo da Festas faz parte do imaginário colectivo da cidade da Covilhã, a sua destruição representa um acto atentatório para a nossa história. O Campo das Festas como lugar que faz parte da alma da cidade deveria ser dignificado, mantendo a sua natureza de espaço público de lazer colectivo. Não é aceitável a sua destruição criando mais um centro comercial descaracterizado e massificado.
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O centro histórico da Covilhã deve ser poupado à especulação e aos investimentos que o aniquilam e lhe retiram a alma, ou seja a memória colectiva da nossa terra. A defesa do centro histórico da Covilhã e dos seus espaços míticos é um serviço público que os agentes políticos, sociais e culturais devem promover. Não deve em troca de qualquer outro benefício ilusório promover-se a descaracterização da cidade. Não existe maior vantagem do que a preservação da memória e identidade da nossa terra …

quinta-feira, 20 de março de 2008

A "anomalia" do mais normal

Recebemos o seguinte contributo do Romeu Afonso,

A “anomalia” do mais normal

No rescaldo das eleições espanholas e pegando em algumas palavras sábias de Vital Moreira (Público, 11 de Março de 2008), encontramos nos resultados das mesmas, uma “anomalia”.
Qual? A bipolarização entre PSOE e PP. Ambos subiram em votos e em deputados (em relação a 2004) e se juntos atingiram 85% dos votos, mais claro ficou ainda a distribuição de deputados, onde as duas forças juntas têm agora cerca de 90% dos legisladores.

As Leis de Duverger, tiveram nesta eleição o destapar de uma possível falha, precisamente naquela que se julgava menos atacável: sistemas eleitorais maioritários – como o Reino Unido – tendem a gerar sistemas bipartidários enquanto que, os sistemas eleitorais proporcionais – como o espanhol e o português – tendem para sistemas multipartidários.

No caso espanhol, acresce a existência de partidos regionais, que pela sua força em determinadas províncias deveria anular a tendência bipartidária, pois mesmo obtendo poucos votos a nível nacional teriam representação. A explicação será porventura simples (existe simplicidade nas escolhas pessoais???) e passará pela federação de todas as direitas no PP, o declínio do comunismo e a abrangência ideológica do PSOE. A somar a estas teremos sempre de acrescentar o cada vez mais “vendido”: voto útil.

O novo parlamento será portanto um conjunto de duas forças maiores, secundadas lá muito, muito longe pela Esquerda Unida e União Progresso e Democracia.
Ora transportando esta questão para Portugal, temos que, os círculos eleitorais são parecidos (os círculos em Espanha correspondem às províncias e não às comunidades) e portanto podemos fazer uma análise comparativa.

Portugal não tem partidos regionais, mas também não tem federações de direitas ou esquerdas nem partidos de abrangência ideológica (se tiver algum será o PS???) e assim sendo em questão de representação parlamentar podemos chamar ao caso português um “pentapartidismo”. Em que caminho estamos? Haverá amanhã uma luta PS / PSD ou o nosso Comunismo, Populismo e Extremismo (saudável) de Esquerda vão continuar a dar outras cores à nossa Assembleia.

Como alguém dizia: Não percam os próximos episódios, porque nós também não!

quarta-feira, 19 de março de 2008

Quando será que acordamos para a Ferrovia?

O investimento na ferrovia para além de um imperativo de desenvolvimento futuro, deverá ser encarado como uma forma de mobilidade sustentável. Na nossa região os acessos rodoviários são cada vez melhores, não havendo praticamente uma oferta à altura por parte da ferrovia. Uma viagem para o Porto e Coimbra só tem a possibilidade de ligação por modo rodoviário, enquanto que para Lisboa as ligações por modo ferroviário não são competitivas (o melhor tempo entre Lisboa e Covilhã são 3h42). Enquanto nós nos orgulhamos em electrificar linhas que ficam a 90 km/h outros na Europa fazem fortes investimentos na ferrovia, modernizando-a. A actualidade internacional ao nível do preço do barril de petróleo e a situação grave ao nível dos gases de efeitos de estufa fazem com que a escolha pelo modo de transporte ferroviário seja cada vez mais um investimento de futuro e a pensar nas próximas gerações. E já agora... Se uma empresa multinacional se quiser fixar na Covilhã, como conseguirá escoar por via ferroviária os seus contentores (ou recebê-los) para o norte do País ou para a Europa? Fica a questão...
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Deixo um artigo do Público de hoje:
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Comboio polui menos do que o avião, mas é este que beneficia de isenções fiscais
"Os operadores ferroviários pagam IVA e repercutem-no no preço dos bilhetes, mas as companhias aéreas não. E o mesmo acontece nos combustíveis: os comboios a diesel pagam impostos sobre o fuel, mas as companhias aéreas não pagam taxas sobre o combustível". Andre Navarri desafia, por isso, a Comissão Europeia a introduzir uma politica de verdade na concorrência entre os modos de transporte, tanto mais que tem sido o caminho-de-ferro, e em particular com a alta velocidade, que mais tem contribuído para a redução da emissão de dióxido de carbono.
Os números apresentados durante o Eurailspeed, o 6 Congresso Mundial de Alta Velocidade, que termina hoje em Amesterdão, mostram que um TGV emite quatro quilos de CO2 por cada 100 passageiros-quilómetros transportados, ao passo que essa cifra é de 14 quilos num automóvel e de 17 no avião. Por outro lado, a quantidade de litros de gasolina necessários para transportar cem passageiros por quilómetro é de 2,5 no TGV, seis no automóvel e sete no avião.
Daí a tese, defendida no congresso, do importante contributo da alta velocidade para o desenvolvimento sustentável que deverá levar as pessoas a olhar para o modo ferroviário não só como o modo de transporte mais seguro e mais rápido, como também o mais amigo do ambiente. E daí, também, a curva ascendente do numero de linhas de grande velocidade que tem vindo a ser construídas no mundo inteiro e que atingem este ano a fasquia dos 10 mil quilómetros. Este valor, porém, deverá duplicar nos próximos quatro anos.
Hubert du Mesnil, presidente da RFF (Rede Ferroviária Francesa) diz que "a grande velocidade não deve ser sinónimo de endividamento" a partir do momento em que parcerias público-privadas permitem partilhar riscos e acelerar projectos que, cada vez mais são aceites e desejados pela opinião publica.
A própria SNCF (operadora ferroviária francesa, homologa da CP) construiu um eco-simulador que pôs no seu site onde as pessoas podem comparar o preço, o tempo de percurso e a emissão de CO2 numa viagem entre duas cidades para quatro modos de transporte - TGV, companhia aérea, low coast e o automóvel. Do ponto de vista da mobilidade sustentável as diferenças são brutais a favor do comboio. Mas a Air France e a Britihs Airways não gostaram e meteram a SNCF em tribunal alegando que era publicidade enganosa. Os números, porém, estavam certos porque foram fornecidos pela Ademe, a agência governamental francesa para a promoção da economia de energia, e o tribunal deu razão a SNCF. O simulador pode ser encontrado em http://www.voyages-scnf.com/.

terça-feira, 18 de março de 2008

Os professores e a ânsia de sangue jornalístico

No último Sábado desloquei-me ao Porto para o comício que marcou os três anos de governação socialista. Já se sabia da marcação "por SMS" de mais uma manifestação pseudo-espontânea e pseudo-apartidária para a porta deste evento do PS.

À porta do comício assisto a um jornalista da TVI a comentar ao telemóvel: "Epá não há aqui professores à porta. O que fazemos?". Percebi no momento o que move os jornalistas nesta altura de discussão sobre a educação: O sangue na luta entre Governo e Professores. Não move ao jornalismo o que será de importante para a educação em Portugal, os exemplos de outros países europeus, nem muito menos os excelentes resultados que têm sido apresentados na área da educação por parte deste Governo.

Poderão pensar que esta conversa que ouvi foi mal interpretada ou que só vejo um dos lados, mas analisando a notícia do Público do mesmo dia percebe-se que algo vai mal na forma como a comunicação social tem tratado este assunto (imagem retirada do Kontratempos):

Sinceramente não dei pela presença dos professores na dita Praça do Marquês. Provavelmente os reformados que estavam a jogar sueca eram em maior número e foram confundidos pela comunicação social. De qualquer forma as televisões conseguiram reduzir a mensagem de um primeiro-ministro sobre o balanço da sua governação perante uma plateia de 10000 pessoas, colocando-a ao mesmo nível da presença de uma ou duas dezenas de professores que não sabem distinguir direito à manifestação com afrontamento. E é nestes que colocamos a tarefa de preparar as futuras gerações.

Disseram Liberdade?

Miguel Sousa Tavares in Expresso.
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Noutra frente, também as invocadas malfeitorias antidemocráticas do Governo encontraram terreno para várias outras indignações. De repente, diversos jornais e jornalistas deixaram de lado o trabalho de analisar a razão ou a falta dela de professores e ministra da Educação, para passarem a achar suficiente a acusação dos professores de que estão a atentar contra a sua "dignidade". O jornal 'Público', desesperadamente em busca de uma caução de esquerda (perdida quando o seu director, entre outras coisas, se lembrou de ver na invasão do Iraque uma espécie de 25 de Abril no Médio Oriente), passou a semana que antecedeu a manifestação dos professores a fazer a promoção dela. Quando a Fenprof anunciou de véspera 70.000 manifestantes, o 'Público' confirmou: iam ser 70.000; quando a Fenprof, no dia após, corrigiu para 100.000, o 'Público' adoptou logo os 100.000 como número oficial e definitivo. E quando alguns polícias e GNR foram a quatro das 1200 escolas do país perguntar quantos manifestantes viriam a Lisboa, o 'Público' tratou imediatamente de fazer manchete com a acusação da Fenprof de que se tratava de uma manobra intimidatória, seguramente planeada ao mais alto nível: nem por um momento se ponderou a possibilidade de ser verdadeira, e mais razoável, a explicação dos polícias envolvidos de que tinham apenas querido planear e facilitar o trânsito para e em Lisboa.

Mais sugestivo ainda foi o episódio acontecido em Chaves com o ministro Augusto Santos Silva (colunista do 'Público' até à sua ida para o Governo). Chegando à sede local do PS para uma reunião privada do partido, o ministro foi recebido por uma manifestação "espontânea" de gente a gritar-lhe, entre outros mimos, o de "fascista". O homem indignou-se, como eu me teria indignado. E desabafou que não apenas o PCP não detinha o exclusivo histórico da luta antifascista, como também, e como toda a gente sabe, lutou contra o fascismo, mas não pela liberdade e pela democracia e sim pela "instauração da sociedade socialista", derrotada na Fonte Luminosa, em 1975 - uma verdade inquestionável e, até hoje, um divisor das águas passadas que se mantém actual. Pois, no dia seguinte, o 'Público' virava as coisas ao contrário e, sem pudor algum, considerava que aquilo que merecia repúdio não era a manifestação contra o exercício do direito de reunião partidária, mas sim a "reacção desabrida" (título do jornal!) do ministro. O que diria o PCP, o que diria Menezes, o que diria o 'Público' se amanhã o Governo ou o PS organizassem manifestações à porta das sedes do PCP ou do PSD a chamarem-lhes fascistas? Como se vê, também a liberdade de opinião não parece estar em perigo - pelo menos a da oposição.

Esta palavra liberdade é uma palavra muito séria. Não é para ser usada para aí aos quatro ventos por quem só se lembra dela quando lhe convém. Entre outras coisas, a liberdade implica a coragem de dar a cara por aquilo em que se acredita. Não me merecem nenhum respeito os professores que passaram a semana anterior à manifestação a falar aos jornais sob anonimato ou nome fictício - perante a complacência ou mesmo cumplicidade dos jornalistas. Diziam que assim se precaviam contra represálias da "ditadura" da ministra da Educação. E, ao aceitaram tal anonimato e a sua justificação, os jornalistas fizeram-se cúmplices dessa acusação gratuita de que a ministra é pessoa para perseguir quem se lhe opuser. Também cá tenho algumas cartas anónimas de professores desses, invariavelmente forradas de insultos e difamações pessoais de toda a ordem. Em nome da liberdade e da sua dignidade ofendida, dizem. Dizem, mas não sabem: a liberdade é outra coisa. E a dignidade também.

Verdades que doem


Deixo este texto retirado do Flaviense

Assim não se pode ser professor.
Luta sindical ou Facciosismo?

Chaves sempre foi uma Cidade que sabe receber quem os visita. Sempre foi uma cidade Democrática.

No passado dia 7 de Março, o PS de Chaves tinha agendado uma reunião no Forte de S. Francisco, para a qual estava convidado o ministro dos Assuntos Parlamentares. Chegando ao local da reunião, o ministro Augusto dos Santos Silva, foi recebido por uma dita manifestação “espontânea” de presumíveis “professores” a gritar-lhe entre outros impropérios, o de “Fascista”.



Segundo consegui apurar, esta “manifestação pseudo-espontânea”, foi arregimentada por “SMS” de forma anónima. O texto da mensagem informava que a ministra da Educação Maria de Lurdes Rodrigues estaria presente na reunião do PS. Ainda segundo alguns professores (comunistas), que se demarcaram desta “manifestação”, quem esteve por detrás desta convocação foi o PSD e a Autarquia. Seriam só eles? Já agora... Quem convocou a RTP e a imprensa para uma reunião informal do PS? Não teriam sido informados de que iria haver provocação? É inaceitável que numa Democracia os partidos, da oposição, disfarcem os seus militantes de “professores” e os mandem para reuniões de outro partido chamar fascistas aos seus dirigentes. Este incidente nada teve de espontâneo foi organizado por quem estuda (ou soube) a agenda dos adversários políticos e organizou tudo com o cuidado de evitar a identificação dos organizadores.

Analisando as imagens da reportagem da “RTP” pode-se constatar que a maioria dos manifestantes nem sequer eram “professores”. Estava composta por conhecidos simpatizantes do “PSD”, seus familiares e crianças. Não reconheço, sequer, nenhum dos ditos manifestantes como Flaviense. Considero que uma manifestação convocada anonimamente com o objectivo de condicionar as reuniões de outros partidos é uma demonstração de práticas antidemocráticas, e esta sim pode ser considerada como uma actuação, Fascista e cobarde. Quando se verifica o recurso à técnica caracterizadamente Fascista de enviar pequenos "comandos" para "fustigar" reuniões do PS com manifestações pseudo-espontâneas, violando as mais elementares regras do convívio democrático, então há uma fronteira da tolerância democrática que não devia ser permitido ultrapassar.

O próprio Hotel, onde foi organizada a reunião, devia ter tomado as devidas previdências, para que esta “Arruaça” não tivesse acontecido. Recuso-me a acreditar que alguém digno do nome de “Professor” pudesse chamar "fascista" e "palhaço" a um ministro de um governo democraticamente eleito. Os poucos “professores” que participaram na “Arruaça”, alem de maus cidadãos e maus “professores”, são gente sem valores éticos e democráticos que se exigem a quem educa as novas gerações. Inclusive, alguns dos manifestantes são cobardes ao esconderem a cara , enquanto insultam, com o receio de serem identificados.



Má fé.

A Plataforma Sindical dos Professores vai ser hoje a tarde recebida em Belem pelo Presidente da Republica.
Para que ninguém venha com "ideias", Mário Nogueira da FENPROF já veio dizer ontem que recusa qualquer mediação no conflito com o Ministério da Educação.
Esta posição diz bem das verdadeiras intenções dos dirigentes sindicais. Os seus objectivos não são defender os interesses dos professores. Os seus objectivos não são resolver os problemas da Educação e da escola publica em Portugal. Os seus objectivos são políticos! São uma agenda claramente partidarizada de contestação ao Governo e ao Partido Socialista, aproveitando as angustias e preocupações legitimas dos professores para fazer o trabalho dos Partidos da oposição.

As reformas que estão a ser feitas no sector são indispensáveis. Verdadeiramente inadiáveis e com um atraso de pelo menos 20 anos. Não se deve por isso perder mais tempo. Não se pode perder mais tempo!
É uma pena que os professores não tenham representantes à altura para contribuir positivamente para o progresso e para a modernização do país e ingenuamente se deixem instrumentalizar ao serviço da agenda politica da oposição em detrimento de um contributo sério para a resolução dos problemas.

domingo, 16 de março de 2008

Qualquer semelhança é mera coincidência

A manifestações organizadas por parte da Fenprof à porta dos encontros do PS e as que decorrem de uma forma pseudo-espeontânea em frente a comícios do PS não são a mesma coisa, mas o seu modo de actuar pode-nos fazer pensar que não são mera coincidência. Por muito que o PCP e a Fenprof condenem a presença de professores em frente a comícios e reuniões internas do PS, sente-se que a coincidência é muita...

quinta-feira, 13 de março de 2008

O novo símbolo do PSD


Imagem retirada do Praça da República

Professores preparam protesto à porta de comício do PS

Depois da Marcha da Indignação, o PS marcou um comício, para o próximo sábado, para comemorar os três anos de Governo. Mas entre os professores já circulam mensagens para uma manifestação à porta do encontro dos socialistas.

O comício do PS agendado para o próximo sábado, no Pavilhão do Académico no Porto, pode ficar marcado por uma contra-manifestação de professores descontentes com as políticas da ministra Maria de Lurdes Rodrigues.

Em fóruns da internet e por e-mail, circulam já mensagens que convocam os docentes para uma concentração à porta do pavilhão onde os socialistas vão celebrar os três anos do Governo de Sócrates.

«Convocam-se todos os professores para estarem presentes à porta do Pavilhão, não para ‘atacar’ sua excelência, que os professores não são arruaceiros, mas sim para lhes dar mostras da nossa dignidade mas irredutibilidade», lê-se num post do site A Sala dos Professores.

A convocatória exorta os professores a irem vestidos de negro e em silêncio: «Os cartazes dirão o que se tiver a dizer».

Mário Machaqueiro, da Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino, garante que os movimentos que representa não estão envolvidos na organização deste protesto, «até porque achamos que as manifestações de rua já tiveram o seu pico [com a Marcha da Indignação do passado sábado] e não trazem nada de novo».

Vitorino Guerra, do Movimento em Defesa da Escola Pública, afirma também desconhecer a origem do protesto, que garante não apoiar.

O encontro com as bases foi anunciado para comemorar os três anos de Governo do PS, no dia 8 de Março, mas a Marcha da Indignação dos professores, levou Sócrates a adiar a festa para o próximo sábado.

A coincidência das datas tornou inevitável o contar de espingardas e, depois de a manifestação dos professores ter juntado cerca de 100 mil pessoas em Lisboa, o comício do PS passou a ser visto como essencial para mostrar a força dos socialistas.

O comício do PS chegou a estar marcado para a Praça D. João I, no Porto, mas acabou por ser transferido para o Pavilhão do Académico, onde os socialistas estarão ‘a salvo’ dos protestos de rua.

Sol

Revisão do Mapa Judiciário

Não posso deixar de me congratular com a atitude responsável e correcta do nosso Governo, que irá permitir a existência de uma comarca autonoma da Cova da Beira, envolvendo os Municipios de Fundão, Covilhã, Belmonte e Sabugal.
Confirmando-se a noticia, esta alteração relativamente à proposta inicial de criar um super tribunal em Castelo-Branco, concentrando a maior parte dos serviços júridicos naquela cidade seria uma machadada na competitividade destes centros urbanos a norte do Distrito.
Entendo que esta atitude, não é um recuo por parte do Governo mas antes o resultado de um processo de reflexão amadurecido desencadeado pelos alertas lançados pelas estruturas locais do PS e Autarquias e pelas razões apresentadas pelos profissionais do sector, que conseguiram mostrar que era uma má medida com efeitos graves no acesso a justiça para todos, não melhorando o funcionamento dos tribunais. Muito pelo contrário!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Para sempre...

De uma forma completamente inesperada fui assolado no início desta semana com a morte súbita do jovem investigador Humberto Santos. O seu trabalho era especialmente inovador nas áreas da Robótica, Automação e Telecomunicações. Tinha já finalizado a sua tese de doutoramento, e iria defendê-la em Maio. Das recordações recentes guardo uma viagem ao centro de despacho da REN em Sacavém e as aulas de Robótica II deste semestre... A Covilhã e a UBI ficaram mais pobres.

Deixo um artigo do Expresso sobre o Humberto Santos,

http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/265263

A Câmara da Covilhã perde acção em tribunal

Segundo o diário XXI, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco, veio dar razão a Associação Cultural da Beira Interior (ACBI) que reclamava o cumprimento do protocolo celebrado por esta associação e a Câmara Municipal da Covilhã para concertos e para o programa de ensino "Música nas Escolas". Para além disso o tribunal ainda decidiu condenar o Município da Covilhã ao pagamento de multas por litigância de má fé.
O Senhor Presidente da Câmara vê desta forma o tribunal afirmar aquilo que todos nós já sabiamos, os compromissos entre instituições são para honrar e cumprir independentemente da opinião e das posições assumidas pelos seus dirigentes, quer sejam uma caixa de ressonância do poder instalado quer critiquem ou apontem outros caminhos diferentes aos que estão a ser seguidos.
Num concelho onde a oferta cultural não passa de meros fugachos isolados e elitistas e onde falta a oferta e a diversidade de outrora, urge haver uma mudança de atitude, uma mudança de politica que em vez de crispar ânimos e sentimentos consiga criar pontes e entendimentos com as inúmeras associações e colectividades do nossos Concelho, conseguindo desta forma uma agenda cultural rica, diversificada, que satisfaça as exigências de uma sociedade moderna como a nossa.

terça-feira, 4 de março de 2008

Esta sim, vai ser decisiva

Na última super-tuesday fiquei acordado para assistir ao desenrolar da noite. Foi interessante, de hora a hora iam surgindo resultados, sendo que o da Califórnia foi o último a sair (e o mais complicado também). A diferença para hoje à noite, é que no dia 2 de Fevereiro eu sabia que não iria assistir à decisão final das primárias do lado democrata, e hoje muito provavelmente estaremos perante um desfecho praticamente definitivo para a nomeação democrata.


Estou confiante na vitória de Obama.. Desenvolverei este assunto num post próximo.

Ainda o Debate de Ontem


Do debate de ontem entre Zapatero e Rajoy ressalvo dois pontos sobre a sua forma:

1) Foi acima de tudo um debate a que não estamos muito acostumados em Portugal. A forma como os candidatos se respeitavam, cumprindo os tempos que lhes haviam sido concedidos é realmente um marco que fica deste debate.

2) Zapatero demonstrou ser um candidato calmo, objectivo, e com uma visão clara de futuro sobre a Espanha. Rajoy por outro lado mostrou a sua veia populista de querer à conta de casos singulares apresentar trunfos de última hora. Realço nesto campo o exemplo que Rajoy deu sobre o lojista catalão que foi multado por ter um letreiro em castelhano, a sua postura face aos imigrantes, a questão da ETA e das supostas mentiras do 11-M, e como não podia deixar de ser a famosa "niña" recauchutada do último debate....


Rajoy apresentou-se muito mais ofensivo e numa linguagem muito mais informal. Apresentou-se confiante, mas acima de tudo sem ideias e com uma vontade imensa em desmontar a imagem de credibilidade de Zapatero.


Fiquei com a ideia de Zapatero ter ganho o debate pelo conteúdo. O público espanhol em duas sondagens realizadas na própria noite (do canal "Cuatro" e outra do jornal "Publico") davam uma vitória com uma vantagem de mais de 20% para Zapatero. O próprio programa com diversos "opinion makers" da imprensa espanhola que foi transmitido a seguir ao debate, mostrou que a esmagadora maioria destes consideravam Zapatero o vencedor da noite.

Zapatero

Zapatero venceu ontem o seu ultimo frente-a-frente com Mariano Rajoy e alimentou esperanças àqueles que ainda acreditam ser possível uma maioria absoluta do PSOE nas eleições do próximo dia 9 de Março.
Com este desempenho, Zapatero terá conseguido assegurar a vitoria no próximo Domingo, procurando agora correr para uma maioria confortável para os próximos 4 anos de Governo.
Conto ir amanha a Badajoz participar do comício do PSOE e assim dar uma pequena ajuda à causa de "nuestros hermanos".

"Desmantelamento do Serviço Nacional de Saude (SNS)"

Esta noticia, está bom de ver, vem reforçar a posição daqueles que acusam o Governo de destruir o SNS. Aqui têm mais uma prova dessa deriva ideologica á direita.

Usando as palavras do Director do Centro de Saude do Fundão, “Um Centro de Saude que funciona bem já temos, uma pseudo-urgência já tivemos uns anos e já ultrapassamos isso. Se calhar um bom serviço de urgência verdadeiro e útil e segundo os padrões internacionais, merecemos com certeza”.

Ora é exactamente em nome da qualidade do serviço público prestado no SNS, que se quer segundo os "padrões internacionais", que as reformas na saúde têm sido feitas.

Estamos cá todos para defender a melhoria da qualidade dos serviços de saúde prestados no Centro Hospitalar da Cova da Beira - que abrange uma população de mais de 100mil habitantes distribuídos pelos concelhos de Covilhã, Fundão, Belmonte e alguma franja de Penamacor e Manteigas - mas também nesta matéria como em muitas outras, a diferença é entre quem "promete fazer", e quem" realmente faz".

Aditamento: Foi também hoje tornado publico a negociação entre o Ministério da Saúde, CHCB e a Câmara do Fundão que prevê a ampliação e dotação de novas valências hospitalares, do Hospital do Fundão num investimento superior a 2 milhões de euros.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Ultimos cartuchos....

...nas eleições espanholas, Zapatero e Rajoy iniciam hoje a ultima semana de campanha eleitoral com o ultimo frente-a-frente esta noite ás 21h - hora portuguesa - e que pode seguir aqui.

Este debate pode ser importante no desfecho das eleições espanholas do próximo Domingo. Uma vitoria clara de Zapatero, poderá ser o empurrão decisivo e fundamental para uma maioria absoluta que as sondagens ainda não confirmam, mas também não tornam impossível.
Por isso, "Força Zapatero!".

...nas primárias democratas norte americanas, Hillary Clinton e Barack Obama disputam amanha mais 4 Estados. Uma derrota de Hillary Clinton poderá comprometer definitivamente as suas ambições na nomeação para candidata Presidencial dos Democratas. Aguardemos pelos resultados.

Bons “exemplos” de exercício democrático.

"Oposição PS recebe conta de mais de 2000 euros de fotocópias autenticadas que pediu à Câmara"

Os partidos que ultimamente têm acusado o Governo PS de ataques à democracia, desrespeito pelas liberdades, ou abusos de poder, têm como exemplos de boas práticas democráticas este tipo de comportamentos que a noticia em cima traduz e como também ontem exemplifiquei.

Em minha opinião, estas acusações ao Governo e ao Primeiro-Ministro José Sócrates, mais não são que um conjunto de dislates que procura esconder as fragilidades politicas de quem os profere.
Há falta de ideias e propostas politicas alternativas às Reformas que o Governo esta a fazer, os partidos de oposição, e algumas organizações sindicais acenam irresponsável e demagógicamente com o papão do “fascismo” e da “ditadura”!!
Sem razão, sem motivos nem tampouco qualquer autoridade moral, ética ou politica face aos exemplos que dão e praticam!
Sobre este caso, digo apenas que é lamentável o malabarismo politico-administrativo que muitos autarcas usam para não prestar as informações devidas e limitar os direitos da oposição!

Aditamento 1.
Importa agora que o Presidente da Câmara do Fundão entregue então ao PS, como se disponibiliza segundo a noticia, TODAS as "fotocópias não certificadas" gratuitamente e de preferência em tempo útil. Aguardemos...
Aditamento 2. Sim, e digo em tempo útil porque no caso do Concelho da Covilhã, apesar de até ao momento não ter sido endereçado ao PS nenhuma factura do género, a verdade é que os documentos solicitados à Câmara Municipal, através da Assembleia Municipal, a maior parte das vezes também não chegam! Só "bons exemplos de democracia" portanto.

domingo, 2 de março de 2008

Afinal não sou o único...

Pelos vistos não sou o único a opor-me à substituição da Ministra da Educação pedida pelos Sindicatos. A CONFAP - Confederação Nacional das Associações de Pais, que reuniu no seu 33º Encontro Nacional este fim de semana, veio pela voz do seu líder - Albino Almeida - dizer que "Não aceitamos o afastamento da Ministra da Educação. Terá o nosso apoio.".
Segundo o Diário de Noticias de hoje (sem link disponível), Albino Almeida relevou as politicas da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, desenvolvidas "no interesse dos alunos", congratulando-se com as medidas tomadas nos últimos três anos. Albino Almeida apelou aos professores "para que se sentem e estabeleçam um clima de serenidade".

Enquanto os sindicatos de professores alimentam a ilusão de conseguir substituir a Ministra - como escreve Vital Moreira - outros agentes educativos e a população em geral, compreendem e concordam com o alcance das reformas.

Eleições em Espanha


A Espanha vive no próximo dia 9 de Março um momento fundamental para a sua vida política. O "interregno" que Aznar impôs à Governação socialista em Espanha foi seguido em 2004 pela eleição de um Governo do PSOE com uma ligeira margem de vantagem, e como todos sabemos, em circunstâncias muito difíceis. Lembro-me como se fosse ontem do dia 11 de Março de 2004 e nas discussões que depois tive com amigos meus sobre as consequências eleitorais dos atentados que tinham sucedido neste dia. Pessoalmente, nunca supus que as eleições ainda viessem a ser ganhas pelo PSOE, mas tendo em conta todas as versões que o Governo de Aznar tentou impôr aos espanhóis sobre a autoria dos atentados e a manipulação da imprensa que se tentou efectuar, a vitória dos socialistas veio a acontecer naturalmente. Numa recente visita a Madrid cruzei-me com uma manifestação organizada pelo PP a contestar as "mentiras" do 11 de Março e a exultar o orgulho nacional através de gritos fascistas de apoio ao regime franquista. Fiquei espantadíssimo com o afinco com que estas pessoas ainda acreditam que o atentado foi da responsabilidade da ETA, mesmo após as sucessivas investigações e decisões judiciais terem comprovado o contrário. Dá-se razão assim, a todos os que ainda afirmam que Madrid é uma sociedade conservadora e que em Espanha muitos ainda vivem à sombra dos velhos tempos do franquismo.

O Governo de Zapatero pôde demonstrar o que significa ter determinação à esquerda na prossecução de importantes políticas de desenvolvimento sócio-economico. Para além da abertura aos imigrantes e ao casamento homossexual, uma economia em crescimento, e políticas de juventude que incentivam a emancipação jovem, este Governo foi capaz de retirar as tropas do Iraque (uma das primeiras decisões). Esta campanha eleitoral é marcada sem dúvida pela colagem da Igreja Católica aos partidos da direita. Este facto, para além de inédito, constituiu uma ajuda de última hora que certamente Zapatero não esperava (nesses dias, Zapatero subiu 6% nas sondagens).

Zapatero terá nos próximos dias um comício decisivo em Madrid (terça-feira) e estará na Extramadura no dia seguinte com um comício em Badajoz. O resultado é no meu entender, uma verdadeira incógnita, já que a curta vantagem que Zapatero leva pode ser sempre diluída com acontecimentos de última hora... As eleições de 2004 foram um exemplo, e o estado de alerta decretado para esta última semana apenas demonstra que os espanhóis contam com tudo. Esperemos, apesar de tudo, que no final o espírito democrático e da não violência possa sobresair.

Deixo alguns vídeos da campanha do PSOE e das Juventudes Socialistas de España (JSE):









sábado, 1 de março de 2008

"Marcha Liberdade e Democracia" de quem...?

Decorreu hoje em Lisboa a "Marcha pela Liberdade e Democracia" organizada pelo PCP. A avaliar pelas noticias, juntaram-se uns 50mil militantes à manifestação.
Nada tenho a observar quanto à manifestação e mobilização de um partido politico, ou qualquer outra organização cívica desde que de acordo com o enquadramento legal de um estado de direito.
Nada mesmo. Pelo contrario, quem me conhece sabe que sou um fervoroso adepto e defensor da importância da intervenção cívica de cada um, na sociedade que o envolve.
Mas tendo em conta o Partido organizador, e o tema da "manifestação", não resisto a perguntar: Marchar pela Liberdade e pela Democracia de quem?

Pela liberdade? De quem? Por exemplo de Ingrid Betancourt que está presa e sequestrada há 6 anos, ou de todos os restantes presos políticos dos regimes comunistas que o PCP apoia e admira?
Pela democracia? Que democracia? Igual à praticada na Coreia do Norte, em Cuba? Ou à praticada no século XX na referencia soviética?

Diz o PCP que "o Governo ataca todas as vertentes da democracia"...
Eu gostaria que o PCP explicasse qual é o modelo de democracia e de sociedade que defende, tendo em conta aquilo que considera como boas praticas ou bons exemplos da implementação do seu programa politico...
Talvez voltar às "nacionalizações", recuperar o "Conselho da Revolução" e sair da União Europeia, fossem medidas libertadoras e democráticas!

Arrendamento Jovem - Boas Notícias


A edição de ontem do Diário de Notícias anuncia os contornos da nova proposta do Governo para o programa de arrendamento jovem Porta 65. Nesta edição são referidos os valores que se irão aparentemente propôr para os novos limites de renda máxima e as novas taxas de esforço. Esta nova proposta do Governo já era esperada, seja pela intervenção que o Secretário de Estado do Ordenamento do Território, João Ferrão, teve no Seminário de Emancipação Jovem organizado pela JS, seja pela abertura que ficou demonstrada pelo vice-presidente do Instituto Português da Juventude no programa Prós e Contras da RTP. Mesmo assim perante esta abertura anunciada, os movimentos partidariamente manipulados para contestar esta proposta, e a própria JSD, insistiram em fazer manifestações e intervenções públicas de carácter alarmante. Chegou-se ao ponto de em pleno Prós e Contras o porta-voz do "Movimento Porta 65 Fechada" admitir que iriam continuar com uma manifestação, mesmo já tendo uma reunião prevista com o Secretário de Estado da tutela.... Quem viu sabe a risada e o espanto que esta atitude provocou aos presentes na plateia deste programa....

A alteração dos limites máximos do arrendamento era uma necessidade de carácter social, e acima de tudo constitui uma aproximação à realidade do mercado do arrendamento. O aumento médio entre 18% e 39% do valor máximo das rendas, referido pelo DN, é por isso bem-vindo e poderá eliminar muitas falhas que o anterior enquadramento criava ao nível da justiça social. A nova proposta para a taxa de esforço máxima, que se altera de 40% para 60%, é acima de tudo uma questão política que permitirá aumentar os beneficiários, principalmente os de menores rendimentos. Assim, um jovem que resida em Lisboa e tenha como rendimentos o salário mínimo nacional poderá com este novo enquadramente receber apoios do Estado para arrendar uma casa com uma renda de 255€, em vez dos 170€ actuais.

Um dos pontos que o Porta 65 prevê, e que consta da versão inicial, é a discriminação positiva prevista para os que pretendam receber apoios para arrendar uma casa no Interior, e nos centros históricos das localidades. Estamos assim perante um programa que se encaixa nas necessidades da nossa região. Não poderíamos continuar com um regime de arrendamento que não tinha em conta as disparidades existentes entre o litoral e o interior, nem tão pouco podíamos ficar impavidos e serenos a assistir ao definhamento dos centros históricos das vilas e cidades do nosso país. Mais uma vez fica demonstrada a sensatez deste Governo face aos problemas dos jovens, e acima de tudo contraria-se todos aqueles que consideram este executivo indiferente à opinião da sociedade face às suas medidas mais ou menos impopulares.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Eu apoio esta Ministra da Educação!

Ontem à noite assisti em Castelo Branco a um debate com a Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues.
A reunião promovida pela Federação Distrital do PS juntou ao serão umas centenas de pessoas, essencialmente professores, para ouvir e questionar a Ministra sobre as politicas do Governo nesta área. Foi um debate animado que se prolongou noite fora com a intervenção de diversos professores, e foi um momento importante para quem se interessa pelo tema. A Ministra pôde explicar-se , e cada um pôde dizer sem constrangimentos ou perseguições aquilo que muito bem entendia.
Útil para ambas as partes. A Ministra sentiu no terreno as angustias e preocupações de quem tem de implementar as decisões politicas que toma, e os professores puderam questionar e ouvir os argumentos da Ministra sobre as opções do Governo.

Destaco a calma e a serenidade da Sra. Ministra para responder às questões mais difíceis e delicadas colocadas pela assistência. Uma tranquilidade de quem está confiante na sua missão, não está agarrada ao lugar nem à sua promoção pessoal e tem consciência que nesta área, os frutos se colhem no longo prazo não obedecendo àquilo que são os calendários eleitorais.

Compreendo a indignação e o protesto de alguns professores. Compreendo até alguns dos seus motivos, mas muitas vezes o facto de se ter motivo de queixa não significa tacitamente se tenha razão.

A responsabilidade de um decisor politico é salvaguardar sempre a prevalência do interesse colectivo em detrimento daquilo que são os diversos interesses corporativos.
É para isso que o povo os elege.

Democracia vs Poder Absoluto


A sentença proferida durante o dia de hoje no tribunal da Covilhã não deve merecer apenas uma leitura ao nível da actualidade política do concelho da Covilhã. A blogoesfera tem assistido nos últimos anos a um crescimento estonteante a nível nacional, o que tem levado a que a voz dos que muitas vezes não tinham poder para veicular a sua opinião ou denunciar um conjunto de situações fosse de repente ouvida e tida em conta. O país acompanhou este processo de uma forma inédita, já que para além do simples facto de se estar a julgar um blogue de actualidade regional, também se estava a pronunciar uma sentença judicial sobre os limites da intervenção dos blogues numa sociedade livre e de prevalecença do respeito mútuo. Não me esqueço neste campo do caso recente da Arábia Saudita em que um dos mais conhecidos bloggers deste país árabe foi detido por criticar a corrupção e exigir reformas políticas para este Reino.

A forma de exercício do poder a que temos assistido por parte do executivo municipal obviamente que não se compadece com a existência de blogues dissonantes, sendo o caso do Blogue Chicken Charles o caso prático flagrante. A absolvição do designer covilhanense David Duarte vem demonstrar que as vontades dos que exercem o poder de uma forma absoluta não se podem sobrepôr ao funcionamento da justiça, nem tão pouco servir para limitar a intervenção democrática, e a aplicação dos princípios básicos da liberdade.

"O triunfo dos cotos"

O titulo do post foi "roubado" no "O Cântaro Zangado", em especial por justiça ao facto de ter sido o primeiro a denunciar publicamente o crime ambiental que recentemente ocorreu no Bairro do Rodrigo.

O Património Histórico de uma cidade, não é apenas os edificios antigos, zonas históricas e monumentos que esta possue. É também o seu patrimonio ambiental. O concelho da Covilhã dispõem, aos vários níveis, um Património Histórico riquíssimo que ao longo dos anos tem sido sub-aproveitado e não poucas vezes delapidado como considero ser agora o caso.
Tive a oportunidade de questionar o Sr. Presidente da Câmara na ultima Assembleia Municipal sobre as razões e os motivos que levaram em concreto ao absurdo em questão e genericamente sobre quem faz, e quem se responsabilidade pelas tradicionais podas às arvores no nosso concelho.
Como resposta obtive um silencio incomodado e por isso mesmo comprometedor. Esta maioria PSD na Câmara Municipal da Covilhã tem um conceito e exercício da democracia deveras curioso.

Assinalo também com desilusão o tratamento que a maioria da imprensa escrita regional - à excepção do "Jornal do Fundão" - fez sobre a denuncia que fiz desta situação na casa-mãe da democracia do poder local, não lhe conferindo relevância jornalística suficiente para caber nas "reportagens" sobre os trabalhos da referida reunião de Assembleia Municipal.

Da minha parte continuarei a denunciar e a questionar as entidades responsáveis por aquilo que considero ser uma delapidação do Património Histórico da Covilhã.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Os Filhos de Abril

Este é um blogue colectivo, não de um grupo organizado mas essencialmente de um conjunto de pessoas que não abdica dos seus direitos de cidadania e procura com este espaço abrir mais uma janela de intervenção publica e debate. Partilhamos alguns ideais e valores fundamentais, identificados com a liberdade individual, com a tolerância, pelo pluralismo cultural e religioso, pelo liberalismo politico, pela tradição progressista da social democracia e da esquerda democrática, pela construção europeia , pela globalização democrática e socialmente mais justa. Alguns de nós têm militância partidária no PS, outros não têm qualquer militância partidária mas também não abdicam de outras formas de intervenção cívica à margem da politica partidária. Um traço comum é que todos fazemos parte de uma geração que já nasceu depois da revolução dos cravos, vivendo e formando-se como indivíduos em democracia e em liberdade, o que de resto, serviu de inspiração para o nome deste blogue. Queremos contribuir para pensar Portugal, o mundo onde nos inserimos e a nossa região em particular. Acreditamos que é possível construir um mundo mais justo, mais solidário, em paz e em respeito pelo Ambiente. Naturalmente que não será esta nossa modesta contribuição que que por si só mudará o que quer que seja, mas não ficaremos com o peso de consciência de termos perdido por falta de comparência ou omissão. Estamos aqui para o debate livre de ideias, assumindo a responsabilidade individual que cada cidadão deve ter em contribuir para a construção de um mundo diferente e melhor. Pautaremos a nossa acção pelo respeito dos cânones mais exigentes de um espaço publico de opinião, não abdicando contudo da irreverencia de pensamento e intervenção. Nunca atacaremos pessoalmente ninguém, mas não abdicamos do direito de discutir opiniões e atitudes. Queremos ser uma referencia no espaço bloguista regional, na área do debate politico e opinião.

Os Filhos de Abril