terça-feira, 18 de março de 2008

Os professores e a ânsia de sangue jornalístico

No último Sábado desloquei-me ao Porto para o comício que marcou os três anos de governação socialista. Já se sabia da marcação "por SMS" de mais uma manifestação pseudo-espontânea e pseudo-apartidária para a porta deste evento do PS.

À porta do comício assisto a um jornalista da TVI a comentar ao telemóvel: "Epá não há aqui professores à porta. O que fazemos?". Percebi no momento o que move os jornalistas nesta altura de discussão sobre a educação: O sangue na luta entre Governo e Professores. Não move ao jornalismo o que será de importante para a educação em Portugal, os exemplos de outros países europeus, nem muito menos os excelentes resultados que têm sido apresentados na área da educação por parte deste Governo.

Poderão pensar que esta conversa que ouvi foi mal interpretada ou que só vejo um dos lados, mas analisando a notícia do Público do mesmo dia percebe-se que algo vai mal na forma como a comunicação social tem tratado este assunto (imagem retirada do Kontratempos):

Sinceramente não dei pela presença dos professores na dita Praça do Marquês. Provavelmente os reformados que estavam a jogar sueca eram em maior número e foram confundidos pela comunicação social. De qualquer forma as televisões conseguiram reduzir a mensagem de um primeiro-ministro sobre o balanço da sua governação perante uma plateia de 10000 pessoas, colocando-a ao mesmo nível da presença de uma ou duas dezenas de professores que não sabem distinguir direito à manifestação com afrontamento. E é nestes que colocamos a tarefa de preparar as futuras gerações.

1 comentário:

Anónimo disse...

Cada um dos 10.000.000 de portugueses tem, actualmente, oponiao sobre as "reformas indispensáveis" na educaçao.
Poucos deles tem opiniao sustentada no estudo das "reformas".
O autor do texto ora comentado é mais prosaico: discute o número de manifestantes, explanando, tacitamente, duas posturas psicológicas, uma nao assimilaçao da manifestaçao dos professores e uma visao dos reformados como jogadores de sueca. Por onde andamos!
Termina aquele texto com um desabafo que, é meu parecer, dificilmente o autor conseguiria densificar. É que se houve parte que soube discernir entre responsabilidade profissional e direito ao protesto, esse grupo foi o dos professores.
Nao podemos estar presos a uma carreira política: cerceia-nos a liberdade.
PSimao