segunda-feira, 7 de abril de 2008

O Dilema do Emprego

Temos sido confrontados com o encerramento de multinacionais pelo país fora. A cada encerramento surgem os números alarmantes: centenas de despedimentos, milhares de pessoas indirectamente afectadas, problema sociais drásticos nas zonas afectadas e famílias destroçadas. Para um residente da Covilhã, este panorama não é muito estranho. A única diferença mesmo, é que as centenas de unidades fabris da cidade serrana eram de capitais da região e portanto o seu encerramento não sofreu do mal das deslocalizações que motivam os encerramentos da actualidade.
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No entanto, todos estes encerramentos têm algo em comum: a aposta no baixo custo da mão-de-obra e nas reduzidas qualificações. A aposta em grandes investimentos que alavanquem o desenvolvimento deve ser primordialmente feito com base em mão-de-obra qualificada que só por si permitirá criar clusters que respondam aos desafios do mercado tecnológico global e de uma economia predominantemente instável. Entre uma multinacional que crie 400 postos de trabalho com mão-de-obra intensiva sem qualificação, e uma unidade tecnológica que permita criar 100 postos de trabalho qualificados, prefiro sem dúvida a segunda. Infelizmente, a segunda opção só demonstrará ser mais válida a médio prazo, enquanto que a primeira criará num curto prazo um maior impacto e maiores benefícios eleitorais. São estes os dilemas do emprego que os políticos no geral, e os autarcas em concreto deverão ponderar.

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